Shooping UOL

domingo, 29 de maio de 2011

Poesia



Dorme meu anjo dorme
Descansa nos braços meus
Enquanto dormes não vês
A indiferença de quem passa
Não quero que um dia a tua memória
Te lembre o que os teus olhos viram
Não quero que um dia recordes o frio
A fome, os rostos espantados
Os rostos de quem deu algo, com cara de quem deu tudo
Os rostos lavados em lágrimas
De algumas almas boas, que por aqui passam
E deixam o que podem
Quem sabe o que precisam.
Mas também passa por aqui
A ignorância, o desrespeito, a maldade
Mas dessas almas não te contarei meu anjo
Só das almas boas.

Dorme meu anjo dorme
Foste empurrado para meu braços
E nos meus braços ficarás
Não te abandonarei,
Não te deixarei cair, não enquanto viver
Posso passar por humilhações, desprezo
Perder os meus princípios, o meu orgulho
Mas a ti meu anjo protegerei.

Dorme meu anjo dorme
Só peço um tecto um prato de comida,
Não por mim… não… mas por ti
Já vivi tanto já passei por tanto
Oh se tu soubesses pelo que já passei…
Esta seria só mais uma prova da vida
Mais uma que como tantas outras
Consegui como pude com muito esforço
Com muita coragem, com garra
Mas consegui ultrapassar
Mas o que mais me dói aqui
No meu coração
É ter-te assim exposto, meu anjo.
Um dia perceberás? Me perdoarás?

Dorme meu anjo dorme
Um dia poderás lembrar-te
Desta casa ( rua )
Desta comida ( fome )
Mas também que nunca te abandonei
E sabes porquê?
Porque és o meu anjo, o meu tesouro precioso
És tudo o que tenho, e eu sou tudo o que tens
Somos só eu e tu, só tu e eu, mais ninguém, mais nada.

Dorme meu anjo dorme
Te cantarei uma canção
Para adormecer a tua memória
E acalmar meu coração
( o meu menino é d`oiro
é d`oiro o meu menino
Hei-de o levar ao céu
Enquanto for pequenino).

Dorme meu anjo dorme.

Um comentário: